Fotografar teatro exige muito respeito por parte do fotógrafo.

Tudo ali foi pensado para a interação entre plateia e artistas.
O seu registro fotográfico, por mais elogiado, belo e esperado que ele seja, é na verdade apenas isso: um registro.
Como fotógrafo, você deve ser na medida do possível invisível, um fantasminha rondando o palco em busca de bons ângulos e momentos.




Isso torna a fotografia de espetáculos teatrais um trabalho ao mesmo tempo intensamente cerebral e de muito tato e cuidado. É preciso escolher os lugares certos, se movimentar o mínimo possível, minimizar cada ruído produzido pela câmera (do som do autofoco ao obturador trabalhando), segurar o clique (especialmente naquelas peças mais delicadas e silenciosas). Desperdiçar fotos imperdíveis pelo bem do espetáculo. Ninguém que está lá, artista ou público, quer perder a concentração com cliques incessantes de um fotógrafo sem noção
É como se tivéssemos apenas umas 24 poses por espetáculo: esperar o momento perfeito, quando a música aparece ou os atores elevam a voz, pra fazer um ou dois cliques em uma cena. Pelo menos é assim que eu sempre trabalhei, e acho que é o melhor jeito de respeitar o espetáculo enquanto faço meu trabalho.É cansativo, e também extremamente gratificante

Desde que comecei a trabalhar com fotografia, nunca havia imergido tão intensamente em um trabalho do gênero como neste 30º Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau (Fitub), que acabou na última quinta-feira, 13, no Teatro Carlos Gomes. E que alegria poder ter vivido todo o clima de um dos melhores e maiores eventos culturais do Sul do país – ainda mais numa edição redonda: a trigésima!
Aqui, finalmente compartilho alguns dos momentos mais mágicos que consegui captar ao longo desses oito dias de festival.













